Isto é uma coisa que já me passou muitas vezes pela mente..mas como sempre (lol) há alguém que a escreve por mim :) Neste caso é o GRANDE Paul WATZLAWICK (pela qual eu nutro uma forte admiração - autor do livro A Realidade é Real?).
WATZLAWICK conta então uma história passada numa pequena cidade toscana, Grosseto, a 26 de Abril de 1988 (eu estava quase quase a vir ao mundo =D):
"Uma mulher, vinda de Nápoles em visita, foi admintida no hospital local num estado de esquizofrenia aguda. Como não havia vaga na secção de psiquiatria, decidiu-se reenviá-la para Nápoles para que aí recebesse os cuidados apropriados. À chegada ao hospital, o pessoal da ambulância perguntou onde estava a paciente. Foi-lhes respondido "naquele quarto lá em baixo". Ao entrarem encontraram a paciente sentada na cama, completamente vestida e de saco na mão. Mas, mal a convidaram a descer com eles, a mulher descompensou de novo, apresentando um comportamento irracional, belicoso e sinais de despersonalização. Foi pois necessário administrar-lhe tranquilizantes à força a fim de ser transportada, depois, para a ambulância. Na auto-estrada, já depois de Roma, uma viatura da polícia fez parar a ambulância para que retornasse a Grosseto: tinha havido um erro - a mulher não era a paciente, mas uma habitante local que tinha ido ao hospital visitar um parente que nessa manhã havia sido sujeito a uma pequena intervenção cirúrgica.
IMAGINA-SE FACILMENTE QUE, no quadro da "realidade" criado por este erro, QUALQUER COMPORTAMENTO da mulher, por mais adequado que fosse, tornava-se automaticamente mais uma "prova" da sua "psicose" - particularmente o facto de sustentar que era OUTRA PESSOA..." (WATZLAWICK in Rey e Prieur, 1991:33)
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
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