segunda-feira, 30 de março de 2009

Caso Prático seguido de indignação teórica

Inicio este Post por dizer que nada do que escreverei é fruto da minha imaginação, mas de milhares de estudos importantes que tendem a ser ignorados. Aqui explicarei de forma mais simples o que se tem demonstrado. Devo ainda referir que este Post foi extremamente influenciado pelas minhas aulas de Questões Especiais em Psicologia do Desenvolvimento.

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Pois bem, ontem deparei-me com uma situação muito complicada, que me fez estar muito mal. Vi uns pais que estão prestes a estragar o desenvolvimento de uma criança. Um desenvolvimento que, se não fosse a casmurrice deles, teria todas as probabilidades de vir a ser normal. O que me chateia imenso é que eu estudo estas coisas há 3 anos. Há 3 anos que me encontro a estudar Psicologia e parece que NINGUÉM me leva a sério, simplesmente por ser ainda muito nova. Bom, o que me chateou mais do que ver esta situação, foi constatar que, as pessoas a quem expus este situação (de que não vos posso falar explicitamente por motivos de anonimato) concordaram completamente com o que disse, terminando dizendo: tens razão, mas não podes fazer nada quanto a isso, porque os pais é que sabem…e se estão a errar o problema é deles porque eles devem bater com a cabeça para aprender os próprios erros.
MAS QUE FRASE É ESTA? Eu não posso, nem quero, nem ninguém pode compactuar com uma frase destas. Os pais têm de errar? E os filhos (que não têm a culpa) têm de pagar porque os pais são demasiado teimosos para mudar? E pior. São pessoas que “erram”, 1, 2, 3, 4 vezes….nunca aprendem se ninguém lhes der uma ajuda. Para que servem então algumas profissões (como as do psicólogo)? Se não for para ajudar estas pessoas para que servem os psicólogos? Para mandar com teorias ao ar? Se ninguém as põe em prática para que servem?
E depois dizem-me que os pais têm o direito de fazer com os filhos o que querem porque são deles! Como é possível que ainda se pense assim?
É por isso que os pais “PODEM” abusar sexualmente dos seus filhos.
É por isso que os pais “PODEM” espancar os próprios filhos.
É por isso que os pais “PODEM” torturá-los, explorá-los, escravizá-los, prendê-los e viola-los…porque a lei diz que os pais são os DONOS dos filhos! E então podem fazer com eles o que bem entenderem! Isto não é justo! É a lei romana dos pais obre os filhos que ainda só há aqui em Portugal e em alguns países que, ainda por cima, se dizem ser “de desenvolvimento” e que se comportam como Roma ordenou que nos deveríamos comportar! E depois o argumento é sempre o mesmo: está na lei. Está na lei? Então mas quem é que a faz? Quantas vezes se alterou a lei? É muito complicado alterar esta? Ou será que não dá jeito? Assim como não dá jeito muitas outras coisas…
A sociedade tem o DEVER de proteger os mais fracos, e as crianças e os bebés são os mais fracos. E deveria protegê-los mesmo que isso signifique ir contra os próprios pais que, por vezes, são os piores.
Eu acho é uma “graça” aqueles pais que me vêm com o argumento de que: a criança precisa de nós. Não a podemos “largar” porque ela precisa de nós!
A verdade é que NÃO É A BEBÉ QUE PRECISA DOS PAIS. Não é a bebé que precisa dos beijinhos e miminhos, das brincadeiras e do colinho. O argumento: a bebé precisa de nós; não é válido neste caso! É o pai que precisa da bebé porque os filhos mais velhos já não lhe ligam nenhuma. É a mãe que precisa dela porque os outros filhos só dão chatices. São os pais, e não a criança. Negligenciar um bebé é grave, mas abafá-lo e privá-lo das coisas para o proteger do que não é fonte de perigo é igualmente grave.
A bebé não precisa de miminhos e beijinhos para NADA SE NÃO LHE FOR PROPORCIONADO UM DESENVOLVIMENTO NORMATIVO, coisa que, no tal caso com a qual me deparei, não está nem vais acontecer.
NÃO PODEMOS ALTERAR O MUNDO? SIM PODEMOS…QUALQUER UM DE NÓS PODE…É SÓ QUEREMOS COMEÇAR!

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